Popularmente conhecido como pedra dos rins, o cálculo renal ou litíase renal é o produto da sedimentação de metabólitos produzidos pela filtragem do sangue pelo rim.
Na verdade, o cálculo renal é uma nomenclatura imprecisa. Melhor chamá-lo de cálculo das vias urinárias porque pode acometer qualquer ponto do aparelho constituído pelos rins, ureteres, bexiga e uretra.
Como se formam os cálculos renais?
Os rins recebem sangue bombeado pelo coração. A filtragem do sangue ocorre em estruturas microscópicas chamadas glomérulos. A medida que se dá a filtração se forma a urina. Assim, o sangue que sai dos rins está limpo de uma variedade de impurezas, como a creatinina, uréia, ácido úrico.
A urina normal tem um equilíbrio entre algumas substâncias que favorecem a formação de cálculos e outras que inibem a formação. De modo, que se houver excesso de elementos formadores, ou falha dos inibidores, se formam os cálculos.
A formação de cálculos nos rins geralmente ocorre por duas principais causas: hábitos de vida das pessoas e herança genética. Sendo assim, o excesso de alimentos ricos em proteína animal e de sódio (sal), e uma baixa ingestão de líquidos aumentam a chance das pessoas desenvolverem cálculos renais. Baixos níveis de citrato na urina e o aumento da eliminação de cálcio e de ácido úrico pelos rins também favorecem a formação dos cálculos renais. Alguns medicamentos e algumas doenças podem levar a formação do cálculo.
Existem pessoas mais suscetíveis a este tipo de doença? Idade ou sexo influenciam no aparecimento da litíase renal?
A incidência da litíase renal na população em geral gira em torno de 10%. Os indivíduos cujos familiares apresentam cálculo renal, aqueles que possuem uma vida sedentária com ingestão de grande quantidade de proteína animal e sal são mais propícios a apresentarem cálculo renal. A obesidade, sedentarismo, doenças da tireóide e paratireóides como o hipertireoidismo e o hiperparatireoidismo; a osteoporose e algumas doenças intestinais também podem levar a formação de cálculos nos rins.
O uso crônico de alguns medicamentos como o caso dos corticóides, diurético como a furosemida e do indinavir (anti-retroviral) também favorecem o aparecimento de litíase.
Geralmente a primeira crise de cólica renal ocorre na infância e recorre em 50% dos casos ao longo da vida. Entretanto o primeiro episódio pode acontecer em qualquer idade.
Esta doença, acomete mais os homens numa proporção de 3:1 em relação as mulheres.
O que é cólica renal, e quais são as suas características?
A dor do cálculo renal é muito forte, tipo cólica ou aperto, aguda, ou seja, súbita, e cíclica. É uma dor lombar alta, unilateral, podendo irradiar para flanco (região lateral do abdome), pela pelve e grandes lábios na mulher ou testículo nos homens. A dor na maioria das vezes é intolerável, realmente intensa, muitos médicos afirmam que provavelmente seja a dor de maior intensidade.
É importante salientar que a posição ou o movimento do corpo não influem no aparecimento nem na intensidade dessa dor. Alguns sintomas podem estar associados à cólica renal, o principal deles é o vômito seguido de sangue na urina, febre e dor ao urinar.
Como se faz o diagnóstico da litíase renal?
Os sintomas descritos anteriormente, sugerem cálculo obstrutivo, porém não nos dá o diagnóstico definitivo. Testes diagnósticos específicos podem então ser realizados para confirmar a litíase.
Exames de sangue e de urina podem ajudar a detectar algumas anormalidades que podem promover a formação de cálculos. Mais freqüentemente, os cálculos renais são encontrados em radiografia ou ultra-sonografia. Podemos também lançar mão de exames mais complexos como a urografia excretora ou tomografia computadorizada em casos que deixam dúvidas. Esses métodos diagnósticos oferecem informações importantes sobre o tamanho e localização das pedras.
Quais são os tratamentos para o cálculo renal?
Alguns cálculos são eliminados espontaneamente, necessitando somente de tratamento suportivo das crises dolorosas.
Em alguns casos devido ao tamanho do cálculo, sua localização ou grau de complicações , há necessidade de cirurgia. Há alguns anos a cirurgia aberta, com corte, era a cirurgia de eleição para o cálculo renal, no entanto este tipo de cirurgia vem caindo em desuso. As cirurgias eram longas com grandes incisões e muito dolorosas no pós-operatório.
Hoje em dia com o advento da cirurgia endoscópica, estes procedimentos se tornaram muito menos agressivos para o paciente, com o pós-operatório muito mais seguro e tranqüilo.
Litotripsia Extracorpórea é o termo que se usa para a destruição e pulverização do cálculo renal através de ondas ultrassônicas de choque que atravessam o corpo em direção aos rins e vias urinárias sem a necessidade de cirurgia. Algumas vezes este tipo de cirurgia pode ser danoso aos rins ou não ser muito efetiva.
A última palavra para o tratamento do cálculo renal, que vem sendo utilizado nos grandes centros do mundo todo é a cirurgia endoscópica com destruição do cálculo a laser. Existe uma grande superioridade deste tipo de tratamento em relação aos outros métodos convencionais.
O uso do LASER para tratamento cirúrgico dos cálculos renais e ureterais consiste hoje na opção cirúrgica mais moderna e com altos índices de sucesso (paciente livre de cálculo – stone free).
Essa moderna tecnologia pode ser usada na Ureteroscopia rígida simples, em Ureteroscopia Flexível e nas Cirurgias Renais Percutâneas. Por ser tratar de tecnologias minimamente invasivas, os riscos de infecção e sangramentos são menores, a recuperação e retorno dos pacientes às suas atividades são mais rápidos, e exige um menor tempo de internação hospitalar.
Existe prevenção para o cálculo renal?
Sim, entretanto, uma vez tido um cálculo renal, a pessoa sempre estará susceptível à formação de novos cálculos. A ingestão de aproximadamente dois ou três litros de líquido por dia, associado à diminuição da quantidade de sal e carne reduz a formação do cálculo.
Deve-se lembrar que a melhor forma de saber da saúde dos seus rins é consultando um UROLOGISTA ou NEFROLOGISTA. A respeito da predisposição da formação de cálculos, se da através da realização da investigação metabólica, e está indicada para os pacientes com litíase recorrente, pois permite assim individualizar o tratamento.
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