Dr. Fernando Leão – Urologista e cirurgião robótico do Hospital Israelita Albert Einstein de São Paulo e Goiânia.
A infecção urinária (IU) tem incidência aumentada nas mulheres apesar de acometer ambos os sexos
A infecção urinária apesar de também acometer os homens, comparativamente as mulheres têm uma prevalência maior em uma taxa de 2:1, e é a infecção bacteriana mais comum. Praticamente metade das mulheres terão pelo menos um episódio de infecção urinária ao longo de sua vida. Apesar de sua elevada incidência, a IU pode ser facilmente evitada com adoção de medidas simples, principalmente por parte das mulheres.
Geralmente a IU se apresenta com dor ao urinar, sangue na urina, calafrios ou febre, dor no abdômen inferior (região da bexiga), sensação de esvaziamento incompleto da bexiga que obriga a paciente ir inúmeras vezes ao banheiro para urinar. Temos situações específicas facilitadoras para IU que acometem ambos os sexos como Diabete, idade avançada, uso indiscriminado de antibióticos, imunossupressão. Especificamente nos homens temos a fimose e próstata aumentada, e nas mulheres temos a gestação, queda de bexiga (cistocele), uso de preservativos com espermicida, higienização íntima inadequada. O que as pacientes desconhecem é que alguns hábitos diários inadequados podem ter impacto direto no surgimento da IU. Algumas atitudes quando praticadas pelas pacientes irão diminuir o risco de surgimento de uma IU.
- Hidratação diária adequada
Um adulto deve tomar em torno de 2 litros de água ao dia. Uma boa hidratação promoverá um aumento na produção de urina o que ajuda na eliminação das toxinas produzidas pelo corpo, e limpeza da bexiga e uretra de bactérias e fungos locais.
- Não segurar a urina na bexiga por muito tempo
Algumas mulheres retardam a ida ao banheiro para urinar por questões inadequadas nos locais de trabalho (falta de um banheiro exclusivo para mulheres, sobrecarga de trabalho, pouco tempo dedicado às necessidades fisiológicas, etc). Mantendo a bexiga cheia por muito tempo, aumenta-se o tempo de exposição da bexiga frente a bactérias que promovem a IU.
- Ter uma higiene íntima correta
O intestino tem uma participação importante no surgimento da IU na mulher, pois as bactérias intestinais podem ser levadas inadvertidamente para a cavidade vaginal e uretra, facilitando a IU. Isso pode ocorrer pelo uso no sentido errado do papel higiênico (o correto é sempre usar o papel no sentido da uretra/vagina para o ânus), uso de dispositivos para higienização em mulheres após evacuação como ducha, bidê ou chuveirinho aumenta o risco de auto contaminação com bactérias intestinais, uma higienização íntima excessiva irá retirar a camada protetora da pele, deixando-a exposta a microrganismos.
- Visitas frequentes à Ginecologista
Na evidência de alguma situação anormal no sistema ginecológico, um especialista deve ser consultado o quanto antes a fim de que se evite que uma infecção ginecológica favoreça o surgimento de uma IU. A IU não é uma doença sexualmente transmissível, mas situações ligadas às relações podem facilitar uma IU (relação anal seguida de uma relação vaginal). Baixas hormonais deverão ser avaliadas individualmente e definir qual mulher deverá ser submetida à reposição hormonal específica.
- Cuidados com o vestuário
Em tempos com altas temperaturas, como as que enfrentamos no verão, o uso de roupas mais leves e tecidos naturais como o algodão, irão permitir uma melhor ventilação corporal, menor taxa de desidratação, e absorção do suor mais eficiente. Tudo isso, diminuirá o risco de uma IU.
- Visitas regulares ao Urologista
Uma rotina de realização de exames urológicos e avaliação prostática permite diagnóstico de cálculos urinários e tratamento de homens portadores de hiperplasia prostática benigna (aumento da próstata) com sintomas miccionais importantes.
Na suspeita de IU um profissional da saúde deverá ser consultado para realização de exames que confirmem o diagnóstico, e início do tratamento com antibiótico.
Fonte: https://goiasnoticias.com.br/