De acordo com o INCA (INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER) a estimativa de casos novos de câncer de bexiga para o Brasil, dentro do triênio 2020-2022, a expectativa anual será de 7.590 casos em homens e de 3.050 em mulheres. A maioria das pessoas associa o cigarro quase que exclusivamente ao câncer de pulmão, porém o que essa maioria não sabe é que além desse câncer, o tabagismo aumenta em até três vezes a chance de se desenvolver tumor na bexiga. É extremamente importante esse alerta, pois sabemos que o tabagismo é o principal fator de risco para o câncer de bexiga, uma vez que em torno de 70% dos casos de câncer de bexiga estão diretamente ligados ao cigarro.
Quando a fumaça é inalada, compostos do tabaco são absorvidos pelos pulmões, daí vão para o sangue, e são filtrados pelos rins sendo eliminados na urina. Uma vez na bexiga, esses resíduos do tabaco poderão danificar as células da bexiga, promovendo a longo prazo o câncer vesical.
Além do tabagismo, outros fatores estão envolvidos na origem do câncer de bexiga, como:
– Taxa de hidratação: uma boa hidratação diária promove uma maior diluição das substâncias tóxicas presentes na urina, e um aumento no número das micções diárias. Em ambas as situações teremos a diluição da urina e diminuição do contato das toxinas com a parede da bexiga.
– Anilina e seus derivados: trabalhadores da indústria têxtil, e das indústrias que utilizam borracha, couro, tintas, estão expostos a um risco maior para o câncer de bexiga. Pois são elementos de alta toxicidade para o organismo.
– Radioterapia pélvica: pacientes tratados com radioterapia para câncer de próstata, reto e útero, têm um risco maior de desenvolver câncer de bexiga, pois geralmente a bexiga está incluída no campo demarcado a ser irradiado. Vale lembrar que o risco nessa situação é baixo.
-Ciclofosfamida: é um medicamento utilizado no tratamento de doenças autoimunes, hematológicas, doenças reumáticas e outras. O risco de câncer de bexiga nessa situação é tempo dependente, ou seja, quanto maior o tempo de uso do medicamento maior o risco.
– Risco hereditário: o risco para familiares aumenta quando um parente de primeiro é acometido pela doença.
Normalmente o sinal inicial do câncer de bexiga é a presença de sangue na urina (hematúria), geralmente indolor. Além disso, o paciente pode apresentar dor ao urinar, dor no abdômen inferior, dor lombar, anemia, infecções urinárias e outras.
Diante da suspeita, o paciente deve ser submetido a exames laboratoriais (sangue e urina), exame de imagem (ultrassonografia, tomografia de abdômen com contraste, ou ressonância magnética de abdômen com contraste), cistoscopia (endoscopia da bexiga) com biópsia. O diagnóstico definitivo é feito pela histopatologia (avaliação do material retirado na biópsia de bexiga durante a cistoscopia). Uma vez confirmado o diagnóstico, as opções de tratamento serão cirurgia (retirada apenas da lesão, retirada parcial ou total da bexiga), radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia. A melhor opção de tratamento será definida dentro de protocolos, nos quais serão levados em consideração o tipo do tumor, as características das lesões na bexiga (número de lesões, localização e se são superficiais ou não), o perfil do paciente (idade, peso, status de saúde, doenças associadas, etc), se está localizado na bexiga ou se tem metástases.
Fonte: https://spdiario.com.br/