Técnica poupa os nervos que envolvem a glândula e são responsáveis pela ereção.
O robô Da Vinci® Si HD é um dos mais usados em cirurgia de retirada de próstata, em casos de câncer – Divulgação/Sírio-Libanês
O uso de cirurgia robótica em tratamento de câncer de próstata preserva a sensação de orgasmo na maioria dos pacientes. Isto porque, ao contrário de outras técnicas, o robô permite poupar os nervos que envolvem a glândula e atuam na ereção. É o que indica estudo realizado por urologistas da Universidade Cornell, nos Estados Unidos, com 408 indivíduos, entre 2005 e 2007. Eles foram acompanhados, em média, por três anos.
Segundo os autores, a grande maioria homens submetidos à prostatectomia radical laparoscópica (a retirada total da glândula) com auxílio de robô manteve a mesma capacidade de orgasmo quando os nervos da próstata foram poupados. Segundo o doutor Ashutosh Tewari, diretor do Instituto de Câncer de Próstata e do Centro de Cirurgia Robótica LeFrak do Weill Cornell Medical College, o índice foi de 82% em homens que tiveram nervos preservados apenas num dos lados, e caiu para 61% em homens com pouco ou nenhum nervo preservado. Em pacientes que não tiveram os nervos da glândula preservados, a reconstrução foi tentada unindo-se as extremidades das partes cortadas.
A dificuldade de orgasmo é associada a uma redução significativa na satisfação emocional e física. E pode levar os homens a evitarem a prática de sexo e acabar com casamentos, afirmam os autores. Já se sabia que a prostatectomia radical prejudica muito a qualidade da ereção e do orgasmo. Então os urologistas queriam saber se o uso de robô fazia diferença no prognóstico. Na pesquisa, 74% dos pacientes tiveram preservação nervosa bilateral (os nervos poupados dos dois lados da próstata); 13,5% permaneceram com nervos em apenas um lado e 12,5%, tiveram poucos nervos poupados pouco nervo ou nada.
De acordo com o estudo, a laparoscopia com assistência do robô preservou a capacidade de orgasmo em 88% dos homens com menos de 60 anos. A maioria (80%) manteve a mesma qualidade de orgasmo; 6% relataram menos orgasmo; mas 2% disseram que seu orgasmo havia melhorado. E 12% foram incapazes de sentir prazer. Pelo menos 83% dos homens acima de 60 anos foram capazes de atingir o orgasmo após a cirurgia. Ainda; 85% dos homens com menos de 60 anos e 77% acima desta faixa etária foram capazes de ter relações sexuais após a operação. Este índice alcançou 90,5% e 82%, respectivamente, nos pacientes com os nervos poupados nos dois lados da glândula. E 82% disseram que a sua taxa de satisfação foi alta ou muito alta; 10% afirmaram que foi moderada e 7% disseram que era baixa.
Fonte: oglobo.globo.com
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