Sabemos que doenças relacionadas à próstata podem não ser o tema mais confortável para discussão. No entanto, com o avanço da idade, essas complicações são muito comuns e, por isso, merecem atenção. A Hiperplasia Prostática Benigna (HPB), doença que atinge, em média, 25% dos homens na faixa dos 40 aos 49 anos e 80% dos homens na faixa entre 70 e 80 anos, é um aumento benigno (não maligno) da próstata masculina que pode causar sérios danos à bexiga e aos rins em um estágio mais avançado da doença. Dessa forma, a HPB não tratada favorece o aparecimento de infecções urinárias, cálculos na bexiga e insuficiência renal aguda.
O médico urologista e cirurgião robótico Dr. Fernando Leão explica que o aumento da próstata é um processo natural e alerta que não deve ser confundido com um tumor maligno. A próstata é uma glândula masculina que fica abaixo da bexiga e que envolve a uretra. A próstata, juntamente das vesículas seminais, produz um líquido que participa da composição do ejaculado do homem (sêmen). A próstata tem um tamanho semelhante ao de uma noz, na juventude masculina, mas fica maior conforme os homens envelhecem. Conforme a próstata aumenta, ela gradativamente comprime a uretra e bloqueia o fluxo de urina da bexiga para o meio externo.
Alguns fatores podem aumentar a chance de alterações benignas na próstata, como alterações hormonais decorrentes do envelhecimento e fatores genéticos. A boa notícia é que, atualmente, já existem soluções e tratamentos que garantem qualidade de vida ao paciente acometido por essa complicação. Contudo, é preciso estar atento aos sinais de que algo não vai bem para saber quando buscar auxílio de um médico urologista. Pensando nisso, separamos alguns sintomas que podem ser indicadores da HPB:
– Jato de urina lento e fraco;
– Dor ao urinar;
– Necessidade de fazer força ao urinar;
– Necessidade de urinar com mais frequência, seja durante o dia ou à noite;
– Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.
“Todos os homens a partir dos 50 anos de idade devem fazer seus exames de prevenção anualmente, e aqueles que apresentam alguns dos sintomas acima devem passar por uma avaliação urológica para um melhor diagnóstico e estabelecimento da melhor conduta terapêutica”, orienta Dr. Fernando Leão. O diagnóstico da doença é feito a partir da coleta das queixas do paciente, e de um exame de imagem, laboratório, urofluxometria (exame para verificar a força do jato urinário), e o exame físico que compreende o toque retal.
Homens que apresentam poucos sintomas podem não necessitar de tratamento, mas devem seguir realizando exames periódicos seguindo determinações do seu médico urologista. Já aqueles acometidos por sintomas urinários mais intensos, provavelmente serão tratados inicialmente com medicamentos. No entanto, se os medicamentos não surtirem o efeito desejado, a realização do procedimento cirúrgico será necessária.
Pela variedade e intensidade dos sintomas, e para melhor compreensão dos mesmos, uma estratificação desses sintomas em leve, moderado e grave, criou-se um escore International Prostate Symptom Score (I-PSS). Trata-se de um questionário composto de perguntas que seguem abaixo:
1. No último mês, quantas vezes você teve a sensação de esvaziamento incompleto da bexiga após urinar?
2. No último mês, quantas vezes você teve que urinar de novo logo após menos de 2 horas ter urinado?
3. No último mês, quantas vezes você notou que foi difícil conter a vontade de urinar?
4. No último mês, quantas vezes você notou jatos interrompidos enquanto urinava?
5. No último mês, quantas vezes você notou o jato urinário fraco?
6. No último mês, quantas vezes você teve que fazer força para começar a urinar?
7. No último mês, quantas vezes você teve que acordar à noite para urinar?
8. Se você tivesse que passar o resto da vida urinando dessa forma, como você se sentiria?
Atribui-se pontuação de 1 a 5 às respostas e a pontuação final permite avaliar a intensidade dos sintomas:
-0 a 7: sintomas leves;
-8 – 19: sintomas moderados;
-20 – 35: sintomas graves.
Dentre as opções de tratamento cirúrgico, a menos invasiva e com menor chance de complicações é a cirurgia a laser, realizada por via endoscópica. O procedimento a laser é indicado para a maioria dos pacientes, pois apresenta uma recuperação menos sofrível, recuperação mais rápida no pós-operatório, menor tempo de internação e menores riscos de sangramento e infecção quando comparado com as cirurgias tradicionais. Além da não necessidade de suspender medicações anti-agregantes plaquetárias (ácido acetil salicílico).
Fonte: https://vivasaudedigital.com.br/